Guarda Compartilhada: Entenda Como Funciona e Quais os Benefícios Para Seu Filho
- karina Rosemberg
- 28 de mar.
- 3 min de leitura
A guarda compartilhada é um instituto jurídico que visa garantir a participação ativa de ambos os genitores na criação e educação dos filhos, mesmo após a dissolução da relação conjugal. Desde sua adoção como regra no ordenamento jurídico brasileiro, esse modelo tem sido razão de muitas dúvidas e questionamentos entre os genitores, especialmente quanto à sua aplicação prática e aos seus reflexos no desenvolvimento infantil.
Diante da relevância do tema, é importante entender os fundamentos da guarda compartilhada, sua aplicação no ordenamento jurídico brasileiro e os benefícios que proporciona ao desenvolvimento da criança. A forma como essa modalidade de guarda é estabelecida pode influenciar diretamente o bem-estar do menor, exigindo uma análise cuidadosa de cada caso concreto para que se preserve seu melhor interesse.

O Que é a Guarda Compartilhada e Por Que Ela é Tão Importante?
A guarda compartilhada, prevista no artigo 1.583 do Código Civil, é um modelo em que ambos os genitores detém a autoridade parental e devem tomar, em conjunto, as decisões sobre a vida dos filhos. Isso inclui aspectos como educação, saúde e bem-estar, independentemente da residência habitual da criança.
A Lei 13.058/2014 determinou que a guarda compartilhada deve ser a regra nos casos em que ambos os pais são aptos ao exercício da parentalidade, garantindo que a criança mantenha vínculos com ambos os genitores. Essa diretriz é fundamentada no princípio do melhor interesse da criança, previsto no artigo 227 da Constituição Federal e reforçado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O objetivo é proporcionar um desenvolvimento saudável, reduzindo os impactos emocionais causados pela separação dos pais.
Guarda Compartilhada Significa Tempo Igual com Ambos os Pais?
Essa é uma das dúvidas mais recorrentes entre mães e pais ao discutir a guarda compartilhada. A resposta, no entanto, é não. A guarda compartilhada não implica necessariamente uma divisão igualitária do tempo de convívio da criança com cada genitor, mas sim uma co-responsabilidade nas decisões relacionadas à sua vida.
O que determina o tempo que cada genitor passará com a criança é o que chamamos de regime de convivência. Esse regime estabelece a distribuição do tempo entre os pais, levando em consideração as necessidades da criança, a rotina familiar e a capacidade de cada genitor de proporcionar cuidados adequados. Enquanto a guarda compartilhada trata da co-responsabilidade nas decisões sobre a vida do filho, o regime de convivência é o que define os períodos específicos em que a criança ficará com cada um dos pais. Dessa forma, é possível que a criança resida com um dos pais e passe o tempo estipulado no regime de convivência com o outro, sem que isso prejudique a guarda compartilhada.
Na Guarda Compartilhada precisa Pensão Alimentícia?
É comum a crença equivocada de que a guarda compartilhada isenta o pagamento de pensão alimentícia. No entanto, essa ideia não encontra respaldo na legislação brasileira.
O dever de sustento dos filhos é previsto no artigo 1.703 do Código Civil e permanece vigente mesmo em casos de guarda compartilhada. O artigo 1.694 do Código Civil estabelece que os alimentos devem ser proporcionais às necessidades da criança e à capacidade financeira dos genitores. Dessa forma, caso haja desigualdade de rendimentos entre os pais, aquele que possuir maior capacidade econômica pode ser obrigado a prestar alimentos para garantir o adequado sustento do filho.
Assessoria Jurídica Especializada: Protegendo os Direitos da Criança e dos Genitores
A guarda compartilhada é uma ferramenta jurídica essencial para garantir o bem-estar da criança após a separação dos pais. No entanto, sua aplicação deve ser conduzida com responsabilidade e planejamento, assegurando que os direitos da criança sejam respeitados.
Por isso, é fundamental contar com a orientação de um advogado especializado em Direito de Família. Esse profissional poderá esclarecer dúvidas, intermediar acordos e garantir que as decisões tomadas estejam alinhadas ao princípio do melhor interesse da criança. Além do conhecimento técnico, um atendimento humanizado faz toda a diferença na condução desses casos sensíveis.
Se você está passando por essa situação, busque orientação jurídica e garanta que seu filho tenha o suporte necessário para crescer de forma saudável e equilibrada.
Excelente conteúdo. Sempre tive dúvidas se neste tipo de guarda precisava de tempo igual com ambos os pais.